terça-feira, 4 de maio de 2010

Quanta estupidez

Tenho acompanhado pela imprensa um grande debate em relação à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que o Brasil construirá no Rio Xingu e que será a terceira maior hidrelétrica do mundo e, aqui, menor apenas que a de Itaipu.

A falta de investimentos em infraestrutura que vem ocorrendo durante os últimos vinte e tantos anos no Brasil, desde o fim do governo militar, gerou o que todos já sabem em relação ao estado de nossas estradas, à falta de armazéns para as safras agrícolas, à falta de portos que suportem uma maior exportação e tantos outros gargalos que, hoje, percebe-se claramente, impedem nosso maior desenvolvimento.

Um das consequências dessa política foi a falta de energia ocorrida no país no final do ano passado. Indústrias paradas, hospitais sem atendimento, produtos apodrecendo, e o brasileiro, como sempre, sofrendo na carne a irresponsabilidade daqueles políticos que não investem em infraestrutura, imaginando que esta não aparece, e por consequência, não dá votos.

A energia elétrica, que move fábricas, secadores, portos, hospitais, escolas, computadores, refrigeradores, motores que nos bombeiam água, filtros que a tratam, a luz que ilumina nossas casas e ruas, e tudo o mais que se puder imaginar, é o elemento crucial para o progresso de um país. Essa energia pode ser gerada de várias maneiras.

Sem entrar em detalhes, pelo que a ciência hoje conhece, a energia pode ter sua geração dividida em blocos, o da energia chamada “suja”, a “de risco” ou a “limpa”. No bloco das chamadas energias “sujas” e nas “de risco”, estão as geradas através da queima de subprodutos como bagaço de cana ou carvão, e as acionadas por motores estacionários movidos a óleo diesel (termelétricas), e as geradas por fusão nuclear (nucleares). São todas indesejáveis, ou por sua enorme poluição atmosférica e custo de manutenção, ou por seus riscos e problemas com o lixo gerado.

A “energia limpa” pode ser gerada pelo vento (energia eólica), pelo Sol (energia solar) e pela água (energia hidrelétrica). Neste tipo de geração, o Brasil pode ser considerado um país extremamente abençoado. Temos muito sol, vento em algumas regiões, e muita água.

As energias solar e eólica ainda possuem um custo muito elevado de implantação em relação à sua capacidade de produção, o que, hoje, nos encaminha para a geração de energia através da água.

Além de um cineasta estrangeiro que se meteu em assuntos internos de nosso país, o MST, sempre liderado pelos irresponsáveis que, por ideologia, não aceitam o progresso do país nem a melhora educacional de seu povo, que, mais instruído, não mais seguiria seus comandos, lidera agora uma campanha contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Quando novamente faltar energia, esses opositores certamente culparão o governo, ou então trarão para as cidades a madeira da floresta antes preservada, queimando-a agora para a geração da energia faltante para sua sobrevivência ou de um ente querido, que, internado, não será operado por falta de energia elétrica.

Ora, meus amigos, enquanto não houver outras saídas, não existe floresta ou animal que poderá impedir o ser humano de buscar a geração de energia elétrica, que, em nosso caso, como já dito, é através da construção de hidrelétricas. É uma questão de sobrevivência, de preservação da espécie humana. Ou, então, deixaremos de colocar nossos recém-nascidos em incubadoras para salvar uma árvore de ser inundada ou um animal de ser mudado para outro local.

Esse deve ser o debate, o resto é estupidez.

João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br

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