sexta-feira, 8 de julho de 2011

CINEMA:"Cilada.com": Bruno Mazzeo perde a mão no filme

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Bruno Mazzeo foi pego de calças curtas

Para curtir uma sessão de “Cilada.com” precisamos partir do pressuposto que o filme se passa em uma espécie de universo paralelo. Nesse universo, não existem interfones nos apartamentos, mulheres lindas e inteligentes se interessam por homens feios e babacas, publicitários não conhecem videomakers, a garota dos sonhos perdoa uma traição se você fizer um gesto romântico e as agências de publicidade ainda fazem apresentações com cartazes.

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Uma agência de publicidade que não faz apresentação



O filme começa em um casamento. Fernanda, interpretada por Fernanda Paes Leme, está lá em companhia do namorado Bruno, feito por Bruno Mazzeo, que está bêbado e traindo a amada com outra mulher no banheiro. Bêbado é um exagero. Fora uma ou duas goladas em uma garrafa de uísque, não temos muitos indicativos de que ele estava realmente embriagado. Os problemas de Bruno começam no momento em que Fernanda descobre essa escapadela e, para se vingar, no dia seguinte, coloca um vídeo de uma ejaculação precoce do namorado no YouTube (daí o “.com”, no título), acabando com a reputação dele.

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Quem você tá querendo enganar?



Nesse ponto, o filme se divide em dois veios narrativos que seguem em paralelo, por mais estranho que seja. De um lado, Bruno parte em uma cruzada para fazer um outro vídeo que mostre uma transa bem-sucedida, para que ele não tenha sua reputação manchada. De outro, ele tenta reconquistar Fernanda. E não há momento algum em que ele aparece arrependido do que fez.

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Vai ser bom, não foi?



O primeiro rende as cenas mais vexaminozas e, supõe-se, mais engraçadas do longa. Especialmente quando Marconha, o videomaker interpretado por Sérgio Loroza, parece se esforçar para atazanar a vida de Bruno e atrapalhar sua missão de ter sua reputação de volta. O segundo gera apenas incompreensão por parte do público.Se você parar para pensar um pouquinho, vai ver que Bruno nada faz para merecer uma mulher como Fernanda. Ela é bonita, carinhosa e bacana. Ele, além de não ser nenhum deus grego, se esforça para tratá-la mal. Há apenas uma cena em que o relacionamento parece funcionar. Em todas as outras, ele está mais preocupado com outra coisa, sejam mosquitos, seja a gravação da final em que o Vasco ganhou. Ele nunca aparece preocupado com ela. Então, por que ela insiste?

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Ele é legal, dormindo



E lembra ali em cima, leitor, quando eu disse que ele não parece tão bêbado assim? Pois então. A impressão que isso gera no expectador é que ele vai trair novamente assim que tiver uma chance. Afinal, ele nem pisca para cair nos braços de outra mulher segundos após ter implorado para Fernanda voltar para ele.“Cilada.com” ainda poderia ser divertido se não tivesse perdido uma característica bastante interessante da série que originou o filme. Na televisão, Bruno quebra a quarta parede todo o tempo para comentar sobre seu dia a dia diretamente com o expectador. O filme elimina isso, o que é uma pena, considerando que grandes filmes sobre relacionamentos foram feitos assim (“Alta Fidelidade”, “Tudo Pode dar Certo”, “Quanto Mais Idiota Melhor”, entre tantos e tantos outros).Os monólogos de Bruno, caso existissem, mesmo entoados com aquela marra de quem estudou interpretação com Luís Fernando Guimarães, poderiam ajudar a corrigir um dos problemas técnicos do longa: a edição cheia de buracos, com ritmo para lá de arrastado.Confira o trailer do filme:

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