domingo, 24 de julho de 2011

Com um a mais, Timão perde invencibilidade diante do Cruzeiro

AE / NEWS FREE / ALE VIANNA
Cruzeirenses comemoram golaço de Wallyson

Entre todas as mudanças que Tite teve que promover no líder do Campeonato Brasileiro, uma que era muito esperada pela diretoria virou decisiva de maneira negativa para o time. Renan adiantou-se, levou um gol de Wallyson e viu o Cruzeiro, mesmo com um a menos, ser o primeiro a bater o Corinthians no torneio, vencendo por 1 a 0 neste domingo no Pacaembu.

Superior em meio ao ferrolho montado por Joel Santana, o Timão acabou sendo punido pelo preciso chute de Wallyson aos nove minutos do segundo tempo. Nem adiantou Gilberto ser expulso aos 27. Depois de dez jogos de invencibilidade, o ainda primeiro colocado do Nacional acabou vencido. Mesmo assim, foi aplaudido pela torcida.

O Alvinegro segue com 28 pontos, a seis do vice-líder São Paulo, e tenta retomar seu rumo de vitórias contra o Avaí, no próximo domingo, em Santa Catarina. Já a Raposa chega a 18 pontos e se aproxima da zona de classificação para a Libertadores, animando-se para visitar o Atlético-GO às 19h30 da próxima quarta-feira.

O jogo - Para parar o líder do Campeonato Brasileiro que só perdeu dois pontos até agora, Joel Santana resolveu inovar, mas não arriscar. Fabrício e Everton viraram laterais para perseguir Jorge Henrique e Willian, respectivamente, soltando Vitor e Gilberto para bloquearem Welder e Ramon, mas sem passarem do meio-campo. Completando o ferrolho celeste, Marquinhos Paraná colou em Danilo, deixando Emerson isolado entre os dois zagueiros.

O Cruzeiro estava armado para atuar sem a bola. O problema era saber o que fazer com ela. Roger não tinha disposição para voltar tanto ao meio-campo para municiar Montillo ou Wallysson, único atacante do time. O principal erro de Joel, porém, foi se colocar atrás e se esquecer de dois atletas fundamentais no time de Tite: Ralf e Paulinho.

Mesmo com tantos vigias, nenhum dos jogadores de frente do Corinthians parou de se mexer. A subida dos volantes, que não recebiam nem a sombra de Roger e Montillo em sua marcação, dava sempre opção para ter a bola nos pés e dar dinâmica diante do defensivo esquema mineiro.

Os cruzeirenses tiveram somente três minutos, no início de jogo, para testar o nervosismo do estreante goleiro Renan usando as subidas dos laterais, principalmente Vitor, nas costas dos defensores corintianos. Mas bastou Welder e Ramon darem um passo para trás para resolver o problema.

Sempre com espaços para avançar, Paulinho e, principalmente, Ralf criavam oportunidades para o Timão abrir o placar. O antes exclusivamente marcador deu até um toque de calcanhar para deixar Emerson na cara do gol. O atacante perdeu, assim como o próprio volante acertou a rede pelos lado de fora em bola que sobrou na área.

Apesar dos sustos, a tática defensiva dos visitantes no Pacaembu deu certo. No intervalo, contudo, os corintianos entenderam melhor a maneira de ocupar o campo adversário e Paulinho voltou mais solto para o segundo tempo, colocando-se à disposição para receber em velocidade.

Pressionado, o Cruzeiro teve que contar com maior disposição de seus meias na marcação. Assim, encontrou seu gol. Aos nove minutos, Montillo dividiu e Wallyson aproveitou-se da tensão de Renan: arriscou da intermediaria e encobriu o goleiro, marcando um golaço.

O nervosismo que marcou as poucas participações de Renan dominou o time, e Tite resolveu inovar. Trocou Ramon por Alex e transformou Danilo em lateral esquerdo, e logo o improvisado meia, que logo teve trabalho para marcar Ortigoza, escalado só para correr e dificultar a vida do corintiano.

O Cruzeiro passou a ter Wallyson, Ortigoza e Montillo prontos para contra-atacar, mas o resto do time continuava atrás, incluindo Roger, que quase não marcava. Em meio à pressão, o experiente Gilberto segurou Alex, recebeu o segundo cartão amarelo e deixou a equipe mineira com dez em campo.

A desvantagem numérica, porém, não atrapalhou os planos de Joel Santana. Com o benefício da tensão que já dominava o primeiro colocado do Brasileirão, o técnico fez até Wallyson transformar-se em um lateral esquerdo para marcar. Mesmo quando o Timão achava espaço no ferrolho, finalizava mal demais.

Jogadores e comissão técnica do Corinthians sempre disseram que, um dia, o time iria ser derrotado. A equipe chegou a vencer contra um defensivo Inter, mas, punido também pelo nervosismo de seu estreante goleiro, o Alvinegro acabou batido pela cautelosa Raposa de Joel Santana.

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