sábado, 16 de julho de 2011

'É meu dever explicar atos praticados por mim', diz ministro dos Transportes

O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, afirmou neste sábado que a presidente Dilma Rousseff lhe autorizou a fazer afastamentos ou até demissões na pasta, caso alguém tenha uma "conduta pública incompatível como um funcionário público." Ele ainda afirmou que Luiz Antonio Pagot, diretor interino do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, não está afastado, e sim de férias.

Em entrevista coletiva, Passos prestou esclarecimentos sobre a reportagem da revista "IstoÉ", que afirma o atual ministro liberou um total de R$ 78 milhões em créditos suplementares para três grandes obras. De acordo com a revista, as obras nas rodovias federais (BR-265, BR-101 e BR-317) estavam na lista de irregularidades graves do Tribunal de Contas da União, que identificou pagamentos antecipados, ausência de projeto executivo, fiscalização omissa e superfaturamento.

"É meu dever explicar, esclarecer tudo que se relacione atos por mim praticados ou atos que eu venha praticar", disse Passos, afirmando que "é comum que sejam propostos remanejamentos, com objetivo de retirar recursos de obras que não estavam andando quanto se imaginava e suplementar as obras que estavam tendo um desempenho satisfatório. Isso é para otimizar o uso do recurso público e é isso que foi feito nas três obras"

Durante campanha eleitoral em 2010, as empreitares beneficiadas pela liberação do recurso doaram milhões a candidatos do Partido da República, que tem como filiados Paulo Sérgio e o ex-ministro Alfredo Nascimento.

De acordo com a publicação, a construtora Sanches Tripoloni repassou R$ 2,5 milhões para o partido que comanda o Ministério dos Transportes. Parte desse dinheiro, R$ 500 mil foram destinados na conta do comitê de Blairo Maggi.

O PR também teria recebido doações das construtoras Egesa e CMT Engenharia, que integravam o consórcio responsável pela implantação e pavimentação da BR-265, entre Rio e Minas Gerais. O Tribunal de Contas identificou nesta obra sobrepreço, problemas fundiários e de segurança. Mesmo assim, Passos liberou R$ 40 millhões. Logo depois, a Egesa doou R$ 850 mil para oito candidatos do partido.

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