terça-feira, 5 de julho de 2011

Grande frigorífico da Capital estaria planejando demitir 600 funcionários

O início do período de entresafra da pecuária de Mato Grosso do Sul pode agravar a situação de frigoríficos que têm dificuldade para conseguir animais para abate. Uma grande indústria do setor, com sede em Campo Grande, estaria planejando demitir mais de 600 funcionários nas próximas semanas se a situação não se reverter, informa Rinaldo de Souza Salomão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Campo Grande e Região.

Ele tomou conhecimento por intermédio de empregados da indústria que já estariam comentando sobre o “facão” (cortes de funcionários) que estaria sendo preparado pela empresa. “Acreditamos que é uma boa hora do governo liberar a importação de gado em pé do país vizinho, o Paraguai, onde muitos fazendeiros brasileiros criam e engordam gado”, afirmou o sindicalista que pede o empenho também das autoridades do legislativo de Mato Grosso do Sul para viabilizar essa compra externa.

O sindicalista disse que prefere não dizer o nome da empresa pois não tem a confirmação oficial da possível demissão dos empregados. Ele pretende entrar em contato com a indústria para tentar evitar a onda de demissão.

Rinaldo Salomão disse também que tem ouvido muitos pecuaristas reclamarem dessa possível “solução” para a crise no período de entresafra brasielira, por temerem que os frigoríficos fiquem liberados para promover a importação de gado em pé “à vontade” e que isso prejudicaria o mercado interno, baixando o valor da arroba no mercado e, consequentemente, provocando sérios prejuízos econômicos para quem reserva cabeças para venda nesse período crítico.

“Ora, o governo poderia estabelecer uma cota limitada de importação. Só mesmo para suprir a demanda nesse período”, explica o sindicalista que defende a imediata tomada de providências para que os frigoríficos o Estado tenham gado para abate para cumprir acordos e contratos internos e externos.

POSTOS DE TRABALHO – Rinaldo Salomão informou ainda que Mato Grosso do Sul perdeu cerca de 8 mil postos de trabalho nos últimos anos no setor industrial de alimentação e bebida, que ainda não se recuperou. Só na Capital são mais de 2 mil desempregados de frigoríficos, fábricas de biscoitos, massas, trigo, óleo comestível e outros produtos, informa.

“As nossas autoridades precisam se conscientizar disso e parar de tentar maquiar uma realidade que infelizmente está aí para todos constatarem”, afirma o sindicalista citando o fechamento, por exemplo, de 7 frigoríficos, fábricas de massa, trigo, bebidas, biscoito e óleo de soja. “Essas estruturas precisam ser reativadas urgentemente para oportunizar o retorno dos profissionais”, afirma o sindicalista.

O quadro só não reflete social e economicamente o problema porque muitos desses 8 mil profissionais acabaram buscando outros mercados ou partindo para informalidade, “caso contrário, seria o caos em Mato Grosso do Sul”, afirma Rinaldo lembrando que o setor industrial precisa gerar novas oportunidades de emprego para muitos que ainda estão desempregados e para jovens que estão em busca do primeiro emprego.

Por: Wilson Aquino/Jornalista freelancer/ 9983-2896
Contato:
Rinaldo Salomão – 9106-1494 / 8414-2297
3363-4845 / 3363-2296

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