terça-feira, 26 de julho de 2011

Preço da gasolina pode sofrer alta, afirma presidente da Petrobras

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, revelou que a capacidade de produção de gasolina chegou ao limite no país, e que, com tanta demanda, a tendência é o preço aumentar.

"Chegamos a uma situação bastante diferenciada em 2010 e 2011, que é o aumento acelerado da demanda de gasolina. Com a crise do etanol e com a venda de carros flexiveis, flexfuel, que podem usar a gasolina e o etanol, houve um aumento grande da demanda de gasolina. Tivemos aumento de 19% da demanda de gasolina em 2010, que fez com que nossa capacidade de produção de gasolina chegasse ao limite. Nós estamos praticamente no limite das nossas refinarias hoje existentes para a produção de gasolina", afirmou Gabrielli em entrevista ao "Jornal da Globo" na noite da última segunda-feira.

O presidente disse ainda que com o aumento nas vendas de carros flex e a diminuição da produção de álcool, a solução é importar gasolina, pelo menos por enquanto, já que a capacidade de refino da Petrobras atingiu o limite. A construção de mais quatro refinarias estaria entre os projetos da empresa, que devem entrar em operação a partir do ano que vem.

Preço em alta
Congelado desde 2009, o preço da gasolina pode aumentar por causa da grande demanda. "Enquanto isso vamos trazer importação. Não tem dúvida. Não vai faltar gasolina no Brasil. Nós provavelmente vamos precisar ajustar o preço doméstico. É um processo que depende essencialmente do comportamento do mercado internacional", afirmou Gabrielli.

Plano de investimento
Na última sexta-feira, houveram três tentativas da empresa aprovar o plano de investimento, segundo fontes do mercado. Essa indecisão, que durou meses, deixou os investidores inseguros e as ações da Petrobras caíram 14% este ano e 34% desde 2010.

Porém o presidente da Petrobras afirmou que as ações da empresa já dão sinais de recuperação, e negou que houvesse uma expectativa de investimentos maiores.

Pela primeira vez, a Petrobras pretende vender ativos ou participações acionárias em empresas com intuito de gerar um caixa de US$ 13,6 bilhões para o pagamento de dívidas. "Temos três tipos de atuação basicamente. Uma primeira que é a busca de parceiros para atividades de exploração e produção no Brasil no exterior. A segunda é buscar sócios para empresas que nós somos sócios, e, portanto, podermos ampliar a participação de outros sócios, reduzindo nossa participação nessas empresas. E o terceiro, como já disse, é a melhoria da gestão do nosso caixa. Nós podemos substituir padrões de garantia por recursos que não sejam monetários; podemos substituir tipo de títulos que temos aplicados, que são títulos de longo prazo por títulos que têm vencimento mais curto e sobra mais recurso no caixa para financiar o investimento", explicou.

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