O fantasma colombiano voltou a assombrar na Argentina. Sem criatividade e com Messi ainda mais apagado do que no empate com a Bolívia na estreia, os anfitriões da Copa América empataram por 0 a 0 e vão para a última rodada da primeira fase com dois pontos somados, contra quatro dos colombianos.
A teimosia do técnico Sérgio Batista, da Argentina, é uma das razões para que ocorresse no estádio chamado de "Cemitério dos Elefantes" a terceira partida sem gols em sete já disputadas na competição. O comandante dos donos da casa insistiu na escalação com três volantes e não contou com a genialidade de Messi para se salvar.
A péssima atuação gerou vaias que começaram no fim do primeiro tempo de uma torcida calada e irritada na etapa final. E os colombianos até poderiam lamentar: perderam uma chance clara, com ramos, outra incrível, com Dayro Moreno, e tiveram o controle da partida durante quase todo o tempo.
Embalada, a Colômbia, uma das duas únicas seleções que já venceram nesta Copa América, enfrentam a Bolívia no domingo dependendo só de si para terminar a primeira fase na liderança do grupo A. A Argentina, por sua vez, tenta evitar uma vexatória e precoce eliminação no mesmo dia, contra a Costa Rica.
O jogo - A torcida que lotou o "Cemitério dos Elefantes" estava empolgada, mesmo com Sérgio Batista somente mudando as laterais em relação ao time que frustrou o país na estreia: sacou Rojo, improvisou o veterano Zanetti na esquerda e escalou Zabaleta do outro lado.
A estratégia ofensiva se mantinha com as subidas de Banega pela esquerda e Cambiasso na direita, como já havia dado errado contra a Bolívia. A Colômbia soube se aproveitar principalmente do improviso de Zanetti e, concentrando-se em atacar pela direita, segurava também Cambiasso.
Como Banega mais uma vez não foi bem, os lampejos dos anfitriões se limitaram ao esforço de Tevez e Lavezzi em voltarem até o meio-campo para buscar a bola e enfrentarem quase sozinhos toda a defesa adversária em arrancadas. Messi, acompanhado pelos pais que foram ao estádio, praticamente não foi percebido.
Não foi difícil para a Colômbia aproveitar o buraco no meio-campo argentino e trabalhar tranquilamente na retaguarda argentina. Tocando a bola, os adversários se beneficiavam da movimentação de Falcao Garcia, seu mais famoso jogador, que abria espaço para os colega menos conhecidos se aproveitarem.
Assim, um contra-ataque teve uma troca de passes que terminou nos pé de Ramos que, livre na pequena área, desviou de primeira acima do travessão, aos 19 minutos. O próprio Ramos, no minuto seguinte, aproveitou passe errado de Milito para entrar na área, driblar Romero, ser derrubado por Burdisso e, no rebote, só com o gol à frente, Moreno perder chance inacreditável.
Também estavam incrédulos os torcedores de Santa Fé. A esperança até surgiu em lançamento preciso de Messi, que encontrou Lavezzi sem marcação na área, aos 33 minutos. O goleiro Martinez, contudo, esticou o pé direito e executou excelente defesa para evitar dar força à equipe que pouco o incomodou.
Além deste lance, o melhor jogador do mundo nos dois últimos anos só foi visto caindo sozinho ao receber um passe no meio-campo, no fim do primeiro tempo. Imagem clara para a situação da Argentina, que não teve melhora na volta do intervalo, até porque Sérgio Batista não fez nenhum alteração.
Melhor para os colombianos, que continuaram trabalhando a bola da maneira que achassem melhor no campo da Argentina. O problema é que as finalizações, vindas principalmente de Falcao no segundo tempo, não estavam tão eficientes. Mas a atuação era bem melhor do que a de argentinos que deixaram o campo extremamente vaiados.
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