sábado, 31 de março de 2012

Cientistas dão sinal verde à divulgação de estudo sobre a gripe aviária

Um painel não governamental de especialistas nos Estados Unidos deu sinal verde, nesta sexta-feira, à publicação completa de dois estudos sobre a gripe aviária mutante, revertendo a decisão anterior de impedir a divulgação de detalhes importantes das pesquisas.

"Os dados descritos nos manuscritos revistos não parecem fornecer informação que permita de imediato o uso indevido dessa investigação, de forma que possa pôr em risco a saúde pública ou a segurança nacional", informou em comunicado o Conselho Nacional Científico de Biossegurança (NSABB).

Especialistas dos Estados Unidos se opuseram anteriormente à publicação desses estudos - que mostravam como um vírus da gripe H5N1 gerado em laboratório poderia ser transmitido facilmente através do ar entre os furões- por temor de que a informação terminasse em mãos equivocadas e desencadeasse uma pandemia mortal de gripe.

Depois de uma reunião nesta quinta e na sexta-feira para rever os últimos detalhes, os especialistas consideraram que "uma nova evidência que melhore a compreensão das mutações específicas pode ajudar a vigilância internacional, a saúde pública e a segurança".

"A cooperação global, importante para os esforços de preparação ante a `influenza pandêmica`, baseia-se no livre intercâmbio de informação e é um princípio fundamental na avaliação destes manuscritos", acrescentou o painel.

O NSABB foi objeto de críticas depois de resolver por unanimidade, em dezembro, que dois estudos financiados pelos Estados Unidos, um de uma equipe de Wisconsin e outro dirigido pelo cientista holandês Ron Fouchier, não deveriam ser publicados, a não ser que fossem retiradosdetalhes que prevenissem a reprodução do vírus.

A gripe aviária é responsável pela morte de mais da metade das pessoas que infecta, o que é considerado muito mais letal que as cepas típicas do vírus.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, houve 573 casos de gripe aviária H5N1 em humanos em 15 países desde 2003, com 58,6% de óbitos.

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