sexta-feira, 30 de março de 2012

Crítica BBB: A Final Ainda Não Acabou

O Big Brother Brasil 12 chegou ao fim provando que o formato ainda chama a atenção. O programa teve acréscimo na audiência de meio ponto em comparação à edição do ano passado e Pedro Bial já confirmou a décima terceira temporada. Além do público cativo, há outra constante: o último programa é sempre sem graça.

Que Fael iria ganhar todo o mundo já sabia, mas isso não é justificativa para o tédio que abateu os telespectadores na Grande Final. Houve gente no Twitter que chegou a comentar que só não dormiu porque Daniel estava presente. Humor negro. Por falar em Daniel, sua presença foi a única surpresa, já que após ser escorraçado do show, ninguém esperava que ele fosse convidado para o fim. Incoerências.

A Rede Globo de Televisão tem um Q de Qualidade inquestionável no que diz respeito à sua programação, teledramaturgia e jornalismo, porém o mesmo não pode ser dito dos programas de auditório. Especializaram-se tanto na arte da encenação que não conseguem emocionar com a realidade.

A edição é primorosa, as provas bem produzidas, o acabamento é artístico, mas no dia da season finale por assim dizer, todos sentem vergonha alheia diante do final desconexo, no qual todos os envolvidos parecem estar perdidos, do apresentador às câmeras. A emissora bem que tenta disfarçar a confusão usando de pirotecnias, mas não adianta. A sensação no último capitulo do BBB é sempre mais frustrante que o final de Fina Estampa.

Pedro Bial poderia pedir umas aulas a Silvio Santos, o patrão nunca dispôs do mesmo aparato técnico da Globo, no entanto as finais da Casa dos Artistas eram de inundar o rosto com lágrimas. Ao invés dos participantes saírem feito gazelas ensandecidas após o resultado, Silvio Santos fazia com o que o vencedor continuasse na casa digerindo a informação, enquanto o mestre dos apresentadores tirava do campeão a emoção necessária para que o Brasil se emocionasse junto. Bial é bom de texto, de monólogo, mas quando parte para o diálogo emocional é uma negação.

O programa de ontem (29/03) foi dividido em quadros retrospectivos, já que os dois finalistas não foram capazes de gerar material interessante. A retrospectiva dominante em todas as finais seja talvez o problema da falta de emoção, pois a sensação transmitida não é de nostalgia e sim de repetição, onde nada é inédito, nem mesmo o resultado da votação que geralmente é deduzida semanas antes através do favoritismo popular.

O formato do último programa deve ser mudado para atender às expectativas do telespectador. E para isto não é necessário muito. Caso Bial fizesse algumas perguntas específicas à Fabiana, já teríamos com o que nos entreter. Outro fator que prejudica o derradeiro programa é o excesso de imparcialidade dando ares de Propaganda Eleitoral Gratuita, na qual cada um dos finalistas possuem o mesmo tempo e a mesma defesa.

Começa BBB, termina BBB e as finais continuam iguais.

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